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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Procuro em versos saídas

Procuro em versos saídas

Me debruço em palavras
Como em uma janela pro céu.
Procuro, ao longe,
Alguma ilha de mel,
Perdida, esquecida
Nesse oceano de mágoas,
De tantas palavras vagas.

Me debruço em versos
Buscando encontrar, de novo o lugar
Onde moram anjos,
Onde o mar é sempre manso
E onde o céu não acaba no mar.

Aquele pequeno lugar,
Em que de olhos fechados caminhei.
E, caminhando,
Orei, meditei, sonhei e encontrei.

No fundo, perdido, esquecido, decaído,
Achei o lugar.
Debruçado em palavras, olhei.
E com meus tristes olhos, vi.
Vi dentro, atento, e soube.
É dentro!

Atento, subi a janela pro céu
E, debruçado em palavras, na mais plena calma
Vi através das minhas janelas da alma.
Refletidas no céu daquele lugar,
Onde manso é o mar
E doce é o mel,
Onde moram anjos
E o mar não acaba no céu.

Mas hoje o perdi.
Onde está o lugar que há pouco vi?
Tenso, acuado, pequeno, assustado, me vejo tremer.
Esse seu olhar é tão duro de ver.
Brotam lágrimas de todos os lados,
Certezas fogem pro passado,
Sentimentos se escondem, acanhados.

Explodo por dentro,
E sou só ressentimento.
E dor. Se acredito no amor?
Não sei mais.
Me debruço em palavras, procuro no céu, me jogo no ar.
O chão cruel vejo vindo chegar.
Explodo por dentro e já não sei mais se ainda devo falar.

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